História de um menino
Corria o ano de 1957, e no lugar do Outeiro uma mãe dava à
luz mais um seu filho querido, era o seu décimo herdeiro.
Em 1961, com quatro anos apenas, este menino mudou-se com
toda a sua família para Touguinha.
Aos sete anos entra para a escola primária da aldeia e no
meio de tantos meninos, foi aqui que aprendeu a ler.
Aos onze anos vai estudar para Vila do Conde, dos seus
colegas ninguém o acompanhou
Passados dois anos de quinta e sexta classe o menino queria
aprender alguma técnica, mas por engano foi inscrito no curso geral dos liceus.
Este menino com apenas 13 anos, já sabia o que queria prá
sua vida, era estudar numa escola técnica e foi isso que fez de imediato,
anulou a matrícula na escola Rocha Peixoto onde alguém o escrevera e bora para
a novíssima escola Técnica de Vila do Conde.
Passados três lindos anos a estudar, bora trabalhar que os
seus irmãos também trabalham e foi ele próprio arranjar o seu primeiro emprego,
neste caso no Celso Pontes e C. Lda.
Mais uns anitos e estava à porta da Escola Militar em Paço
d`Arcos a ver se me deixavam entrar, era ali que queria estudar. E assim foi
que este menino foi subindo na escada da vida e lá foi estudando para anos mais
tarde ser aquilo que sempre sonhou.
Durante a minha guerra, concorria a tudo que era concurso e
em algum haveria de ganhar o meu lugar ao sol, afinal se era bom a alguém o
teria que provar.
Fui selecionado ao mesmo tempo para três empregos: Técnico
para a Siderurgia Nacional na Maia, Técnico montador para a Austrália,
Electricista para a Suíça e ajudante de electricista para a EDP de Monção,
escolhi este último e lá fui com armas e bagagens montar a tenda naquela terra
raiana.
Depois foi uma bela caminhada de quarenta anos a reparar
avarias de todas as espécies na mui e nobre EDP, que tive orgulho de
representar nos vários departamentos por onde se fez o percurso deste que vos
escreve.
Pelo meio foi na Central Tejo e no ISEL-Instituto Superior Eletrotecnia de Lisboa que este menino se formou e se fez homem dos sete ofícios, mas foi na
eletrónica e telecomunicações, teve o seu expoente máximo.
Este técnico ficou conhecido como “ Alves da EDP” com
orgulho.
Com o tempo este menino se fez homem e foi pai, a primeira
vez em 1982 de um rapaz forte e bonito como o pai.
Mais tarde em 1984, foi pai pela segunda vez e desta vez de
uma menina linda como a mãe.
Uns anos mais tarde foi uma alegria muito grande, acabava de
nascer a sua primeira neta e este avô, nunca mais foi o mesmo.
Depois veio o Vasco e mais feliz fiquei, e com a Rita foi
mais uma festa, esta menina cola-se ao seu menino que agora já é seu avô e que
avô, como só ele sabe e gosta dos seus netos, cada um mais bonito que o outro.
E foi assim que se passaram quase sessenta e sete anos.
Grande abraço à minha família, aos meus amigos e três
beijinhos, um para cada neto/a.
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